#Crítica_'Quase normal
Crítica de teatro: 'Quase normal'
Quase Normal veio para mostrar que nem só de coreografias rebuscadas e efeitos especiais se fazem os grandes musicais da Broadway. Esse musical, que trata das conseqüências devastadoras dos distúrbios emocionais no universo familiar, evidencia a tendência do indivíduo moderno ao isolamento, por absoluta falta de comunicação e a busca de um equilíbrio na aparência de normalidade, em tempos onde o individualismo é a grande doença da sociedade. A trama mostra a difícil convivência de uma família convencional, onde a mãe sofre de depressão e bipolaridade e busca desesperadamente preservar suas lembranças, e o pai tenta manter a família unida a qualquer preço, mesmo que seja através de métodos extremos. O importante é que tudo pareça perto do normal.Tadeu Aguiar mergulha nesse universo com paixão, no desafio de montar um musical diferente, onde a força do texto predomina nas falas e canções. Tadeu se sai muito bem em suas versões: a tradução e as letras das músicas contam a estória de forma clara e poética. Como diretor, mostra um trabalho cuidadoso e firme nas marcações, obtendo um resultado meticuloso no desempenho dos atores, que interpretam seus complexos personagens com brilho e precisão na condução do texto.
Completando o excelente elenco, o experiente André Dias, fazendo os médicos convictos de seus métodos de cura, mas que escapam à determinação e à memória do amor materno, que enfim resiste até ao “tratamento por eletrochoques”. Carol Futuro, ótima como a filha adolescente problemática, Victor Maia, o namorado e cúmplice, e Olavo Cavalheiro, o filho onipresente. Um conjunto afinadíssimo, que segue à risca as diretrizes da direção e da diretora musical - outro destaque - com arranjos e regência de Liliane Secco. Também no teclado, à frete de uma banda de sete músicos, Liliane executa um trabalho digno de elogios pelo ótimo resultado alcançado. Perfeito o som de Fernando Fortes. Discretas e justas as coreografias de Flavia Rinaldi Cenário elegante e funcional de Edward Monteiro, realçado pela iluminação eficiente e correta de Rogerio Wiltgen, serve com perfeição à movimentação cênica.
Os Figurinos de Ney Madeira, Dani Vidal e Pati Faebo são de extremo bom gosto, principalmente os da protagonista.
Com produção da dupla Tadeu Aguiar & Eduardo Bakr, Quase Normal é um espetáculo de alta qualidade técnica e artística e deve ser assistido não só por aqueles que amam musicais, mas também pelos que apreciam o bom Teatro, com um texto inteligente, que faz pensar, mas também diverte e emociona.
Cotação: **** (Excelente)
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Obrigado Olavo
Fonte: Jornal do Brasil
Por: Teresa Mascarenhas
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